terça-feira, setembro 21, 2010

Desafio de ensinar e também, a surpresa em aprender

Uma vez me perguntaram: Como você é como mãe? Achei tão engraçada a pergunta pois fugia das inúmeras rotulações que a gente ganha. Explico. Quando se tem filhos - dos avós, amigos a parentes sempre ouvimos opiniões, coordenadas e dicas de como se deve criar; ensinar. As pessoas acham que assistir a uma cena, a um momento com o teu filho podem e devem ditar regras como estas:
“ - Tu tens que ser mais severa com ele”; ou o contrário, “ - Não sejas dura com ele... Tadinho, é sono”.
Posso estar errada. Mas não concordo.
Mãe é mãe. Sendo nós, as que labutam dia-a-dia envolvidas com o crescimento de nossos filhos, só pode, portanto, a nós este conhecimento.
Sabemos, de longe – por exemplo - quando um choro dos nossos filhos é mãnha, encenação, dor ou tristeza.
Só quem cria conhece.
Tem que conviver, pegar no pesado, dizer a palavra “não” quando há necessidade de dizer. Não é fácil criar, eu sempre digo isto aqui no blog. Sabemos muito bem disto. Eu dou um exemplo engraçado aqui do meu cotidiano: Meu filho vai na segunda-feira para a creche e na terça-feira, quando o acordo, ele já indaga o porquê ele tem que ir de novo! Se dou banho num dia, no outro ele não quer. Só fala ‘amanhã”! E quando se deita na cama e percebe que saí do quarto lá vem ele no corredor baforando: “ – Pôcaliaa! Onde tá você mamãe!!??!!”
E vem me ordenando voltar pra cama com ele. Não tem como não rir. Errado? Provavelmente. Todas as mães pecam. Mas tu vê aquele ‘projeto de gente’ caminhando pelo corredor da casa falando a língua do Cebolinha é de derreter! Eles nos fazem rir e, também, nos tiram do sério rrsrs As vezes dá vontade de entrar num guarda-roupa fechar a porta e falar todos os nome feios do mundo! É a vontade de urrar “ - &*%$@@#$$!!!”; literalmente!
Pois sabemos que numa criação a grande coringa está na persistência e na calma.

De nada adianta perdemos a cabeça com gritos e iras. E vou confessar: Eu vivo pecando. As vezes sou vítima do meu cansaço em ser pai e mãe do meu filho e também de meus hormônios. Quando eu vejo que ele fez uma travessura ‘grau agudo’, como classifico, acabo, muitas vezes saindo no tom mais alto. Que pecado...

E quando te rotulam é muito chato. Ouvi muito isto:
“ – Tu deixa ele fazer tudo!”
Aquilo entrou no meu Eu que ecoou de tal forma que passei a ser dura em meus ‘não’s’ para o João Vicente. E já para a minha mãe eu sou severa quando eu chamo a atenção dele.
É de dar um nó na mente.
Portanto, hoje eu procuro ler artigos e estudo muito mesmo o comportamento do João Vicente. Sei exatamente quando ele passa a me respeitar, quando ele tá pedindo limites ou quando ele tá apenas encenando fazendo ‘daquele show’, uma grande brincadeira.
É um jogo de psicologia bárbaro!
Basta ter momento, vivência e muita esperteza. Pois estes filhos que alguns costumam dizer que são ‘crianças índigos’ são umas naves ‘ultra-sônicas’ rsrs Quando a gente vai eles já voltaram; esperando, inclusive “a mais de uma hora no sofá”!
Meu filho desde os quatro meses de vida freqüenta escolinha. Admiro tanto tudo o que ele aprendeu lá: ajudante do mês, colocar os sapatinhos sozinhos, ir no banheiro sozinho(se bem quando chega em casa ele recorre pra senha: mãnhêêêê!), tem hora de sono, hora pra dormir, aula de música, aula de higiene, conhecimento do corpo humano, vive as datas festivas como festa junina, natal tudo isto desde meses de vida) sempre temático em roupinhas ou apresentações! Então, nada pode dizer que ele não vive sem a minha pessoa. Tem gente que bafora que ele é muito grudado em mim! Gente! Ele é um menino de três anos! Meninos são uns chicletes com as mães!
Vejo por relato de amigas minhas também! E pensem na lógica: Ficamos dois turnos distantes de segunda a sexta-feira. É lógico que ele sente saudades e eu também. É óbvio que curtimos o fim-de-semana juntos! Somos muito companheiros. Eu e ele; somente. O lado paterno ainda é uma ferramenta a ser trabalhada. E isto já está sendo providenciado por ele mesmo! Meu filho é o meu cupido! Ele quer me casar logo e acho um mimo isto! Eu só não posso adiantar! João Vicente é uma parada! E eu, como mãe, não só ensino como, muito, tenho a aprender com ele!

6 comentários:

Eduardo Montanari disse...

Um dia eu ainda quero ser pai. Sei que deve ser complicado cuidar de filhos, mas é um dos meus sonhos. É como você disse, só de olhar eles andando bonitinhos pela casa compensa qualquer esforço.

Maria Marçal disse...

Não existe "abecedário" para cumprirmos nosso papel de mãe.
Tenho uma só e sou divorciada.
Quando me separei em 2006 minha filha se tornou Mulher! Me amparou e toda aquela proteção que dás ao teu ví frutificar nas atitudes dela para comigo.

Servir de bandeija um filho é dever. Eles nasceram do amor e no amor precisam ser criados.


Fiz recentemente uma matéria no meu blog sobre isso. Fui no aniversário de uma de minhas amigas que nossos filhos estudaram juntos. Desde três anos. Cada uma dizia uma coisa e muitas me criticavam, na época, porque dava demais para Maria Julia, super protegia.

Cada uma criou do seu jeito e o resultado disso é que todas nós temos filhos sadios e bonitos de alma.

Pois vejas que tomei minhas decisões... criei sem bater.
Hoje é independente, tem sua vida com um companheiro bárbaro, cuida da casa, estuda é feliz.

Que bom... sigas a tua intuição de mãe... nada mais nobre que isto.

beijos carinhosos, Maria Marçal - Porto Alegre - RS

Petit Artiste disse...

Joao Vicente é uma parada! Adorei. Voces estao lindissimos nas fotos.

Sabe Fabi, percebo que há um excesso de medo das pessoas em relação a ser muito mole com as crianças, não se impor, não ser severo, não dizer um monte de nãos. Pior, ainda há um mundo de gente achando que educar sem palmada é libertinagem. Que horror! Eu também pensava assim. Mas hoje me libertei da cegueira. A convivência com bebes e crianças nos mostra o quanto podemos ser irracionais por nao as conhecermos, por nos deixarmos levar pelo cansaço do dia a dia e pela lavagem cerebral cultural.

O que eu quero é a suavidade, é o entendimento daquela criança, do ritmo dela, dos sentimentos delas, do porquê ela está infeliz ou exigente ou chorosa em determinado momento, entendimento das maniazinhas dela e até de saber quando devo ser severa, nunca de forma desmedida, nunca de forma covarde de um adulto batendo em criança. Quanto mais eu entendo meu filho mais eu quero o amor suave e mais eu sei que posso discipliná-lo e enquadrá-lo com todo o amor do mundo naquilo que ele precisar aprender. Sou falha, do tipo gritalhona, voz forte, e estou feliz por estar conseguindo mudar isto neste último ano em que convivi mais integralmente com o meu filho. Ele me ensinou, ele exigiu, ele nao aceita que eu fique falando alto e eu no meu pior, sem conseguir mudar, quando via já tinha gritado, até que a insistencia do meu pequeno fez efeito. Me diz se estes pequenos seres nao merecem TODO o nosso respeito?

O que vejo é gente que não educa, não está ali atento a todos os momentos e situaçoes do filho, deixa largado e só sabe corrigir na hora que o caldo entorna. É nas festinhas, é nos playgrounds, é nos restaurantes, é na casa de parentes, é isto que vejo. Um bando de crianças largadas e os adultos tudo descansando, deixando as crianças barbarizarem, hostilizarem outras, baterem, tirarem brinquedos um do outro, assistirem a qualquer porcaria na televisão. Eu me orgulho de estar atenta sempre. É cansativo? É, mas desde quando ser pai deixou de ser um negócio sério? Educar dá trabalho.

Desculpe que usei teu espaço para fazer uma defesa acalorada é que estes dias eu vivi uma situação desagradável por recriminar uma amiga que bateu em sua filha e outras (mães ou não) que acham que determinadas situações tem que bater. Como assim caras pálidas? Mulher pode apanhar? Homem pode apanhar? Por que criança, que é imatura e não sabe falar, negociar, demonstrar sentimentos de forma diplomática pode apanhar?

Tenho esta causa e estou disposta a perder amizades se for o caso. Voce verá escritos meus a este respeito pois decidi desenvolver um trabalho com isto.

Petit Artiste disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Petit Artiste disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
sateliteabduzido.blogspot.com disse...

Amiga! Que desabafo construtivo tu fizestes? Amei. Fiquei lendo tuas palavras sedenta por mais. E se tens vontade de abordar este assunto vai fundo pois nós como mães, sabemos: sempre tem alguém dando pitaco, julgando ou verbalizando o certo e o errado. esquecem que só quem é mãe mesmo pode e dever ver aonde vai o limite do seu filhho. Mas tem que ser mãe. E mãe não é só de baixar a cabeça, mãe é aquela que persite, finca o pé, que deve mudar ou provar que o mundo não foi feito só para nós. Nossos filhos não sabem... é o nosso dever ensinar! Amei! amei!

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

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"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

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