Hoje completei 47 anos.
O dia 4 de fevereiro sempre foi especial para mim. Nasci numa sexta-feira de 1972, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. Naquela época, os desfiles do carnaval gaúcho tomavam a avenida Ipiranga como passarela — justamente a rua do hospital. Talvez venha daí uma das raízes do meu amor pela musicalidade, especialmente pelo samba.
Curiosamente, é também o aniversário de Zeca Pagodinho: um artista autêntico, engraçado e de uma humildade comovente. Me identifico com seu jeito “desligado” — talvez porque, muitas vezes, eu mesma não saiba em que conexão terrestre estou. Foi dessa sensação que nasceu a página no Facebook (e o blog) chamada Satélite Abduzido, onde compartilho vivências, sentimentos e esquisitices pitorescas que já experimentei.
Chegar aos 40 — e agora, quase aos 50 — é motivo de gratidão. Pode parecer estranho ouvir que uma mulher se sente mais atraente depois dos 40. Mas é verdade.
Nos sentimos, sim.
Mesmo com estrias, flacidez, varizes, os efeitos da montanha-russa hormonal e alguns quilos a mais. Nada disso abala a autoconfiança de quem se sente plena. Ela é o pontapé inicial para implodir qualquer receio, qualquer preconceito.
Sou mil vezes a Fabiana de hoje do que a “Fabi” de 28 anos atrás. Cheguei à idade de banalizar a hashtag #queseamemeuamor. Porque amar-se é, antes de tudo, a chave para encher a bagagem com sentimentos bons e potentes do universo feminino.
Não há delongas para uma mulher com mais de 40.
Ela enxerga de longe a furada que acena. Se entra, sabe que pode se queimar. Mas carrega antídotos que a restabelecem como um trem-bala.
É fênix, essa ressuscitada?
Acho que sim.
Ela sabe o que já passou, o que colheu e as lonas que beijou por se doar demais. Sabe que o futuro a Deus pertence, mas também sabe exatamente o que não quer mais para si.
Independente das características físicas, a mulher depois dos 40 tem plena consciência do poder que carrega nas mãos. Celebra sua independência, sabe ser atraente e felina quando quer. Tudo isso pela carga de vida que possui e pela triagem minuciosa entre o que é intenso e o que é descartável.
Não há mais tempo para jogos infantis ou cantadas lobistas.
Ela sabe que casamento não é solução.
Aliás, uma mulher depois dos 40 sabe muito bem o que quer.
O ritual é simples: concentrar-se, respirar fundo, acender uma vela, soprar e olhar adiante.
Para trás?
Só se for para espalmar as mãos.
O que foi vivido já virou museu, já virou história, já virou aprendizado.
Uma mulher depois dos 40 aprendeu a apontar o caminho exato de como se valorizar. Vai à luta, faz acontecer, esbanja charme e feminilidade.
Sabe seduzir e se deixar seduzir por aquele que a fita, que a mira na íris.
E fica o recado:
Independente da sua condição, jamais desça do salto.
Jamais questione os motivos de um desencontro.
Jamais se molde aos padrões planetários para agradar alguém.
Vá atrás — sim — de um grande romance.
E saiba mostrar o que é valor, o que é tesouro e, principalmente: que com mulher não se brinca.
Não somos brinquedos, muito menos objeto de desejo.
Há uma biblioteca inenarrável no íntimo de cada ser feminino.
Basta saber tocar, entender e explorar.
Não aceitem restos.
Não mendiguem amor ou atenção.
Todas as mulheres merecem muito mais que carinho, zelo e cuidado.
E lembrem-se:
Você é uma mulher de 40 (ou mais de 40).
Portanto, matematicamente, você vale por duas.
Você é um combo de valores e sentimentos especiais.
Valorize-se.
Ame-se.
E espere que o universo lhe retribuirá.
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