segunda-feira, junho 26, 2006

ARRAIÁ DAS JECAS




Sábado, 24/6, com tarefas e ordens desvairadas de como começar onde e como fui, ordenando meus afazeres por etapas. Sem hesitar peguei o Walter e fui ao desafio. Andar, sozinha e chegar na Sede dos Funcionários do Hospital de Clíncas onde a Banda Itinerante concentrava seus acordes para mais uma noite de samba. Bom, não preciso explicar que me perdi, né? Parei no Jardim Botânico sem ter qualquer noção de que lado, da Ipiranga, ficava o tal do Clínicas. Dobra aqui, dobra dali, retorna, pergunta...até que cheguei. Estacionei o carro e assustei o flanelinha:
“-Olha! Eu sou maneta, tirei a carteira há pouco tempo e tu não me coloca carro atrás de mim! Não me deixa mal!”
Ele, sem entender muito acatou.
Ao chegar na roda de meus amigos, já fui cronometrando, no celular, que as 21:00 teria que abduzir-me do batuque para ir ao Encontro do Arraiá das Jecas, na zona sul. Toquei, cantei, suei. Sai de lá com o coração partido pois o samba tava bom, as pessoas em clima de festa e eu enredada em querer estar em tudo e em todos os lugares. Atrasada, sai as 21:30 e rumei para o bairro Tristeza.
Arraia das Jecas
Minhas amigas ets estavam tão bem vestidas que fiquei emocionada na linguagem do “vosmicê! Aaaaara Sô” e por aí vai. Minha surpresa foi ver o Espectro camuflado de gente. Ele, mais uma vez foi Farsãããã nas vestimentas. Seu objetivo era traçar as Jecas! Estava cheio de raparigas este arraiáááá geeenteee!
Pipoca, muito quentão, bolo, rapadura, pé-de-moleque e muito vinho para esquentar a noite de São João! O salão de festas estava lindo! Cheio de bandeirinhas, fogueira na lareira e um sofazão que foi carinhosamente batizado de “Hotel Serrano” para aqueles casais que estavam afim de uma paquera pupila na pupila!
Danças típicas, muitas gargalhadas, corpos se sacudindo numa espécie de “mantra junina” fez com que a turma se interagisse com o aloprado professor Luiz Lucine, meu ex-colega cruzeirista e de teatro! Ele monopolizou as danças, faz parte da carreira rsrs Um grande amigo! Combinamos de sacudir o Sierra Maestra numa próxima saída! Barbie e ele farão a dança caribenha.
Bom, saí de lá com dor de cabeça e com o maxilar doendo de tanto rir! A linguagem era a seguinte: “ a genti tá nu convercê que nooosssa sinhoraaaa. nóis pesca no laaaagooooo(piscina do prédio...só pra namorar! O Dudu que o diga!); nóis pesca traíra ali...pesca mussum acolá... que tarllll? Vamo Passiá? Nóis vamo no Cidade Bicha! Vamo, também na casa do vizim bebê um cervejinha, assá carne...sacumé?... aaaaraaa sô!”.
Ahahahaha Muuuitoooo bom!
Valeu! Mesmo havendo uma certa “trifurcação” de tribos deu para todos se divertirem com as músicas temáticas e de outros segmentos musicais.
Salvo com louvor às minhas amigas amadas que foram dez na produção! Nenhuma deixou de ser autêntica, validando preciosamente, as manifestações culturais desta data festiva. Entre elas estão:
- Bebê, linda com seu cabelo louro cenoura de aplique e uniforme de amazona predadora;
- Barbie, travestida de Rosinha, apaixonada por Chico Bento(uuuaiii!!!)! Ela só queria se engatar nele como o personagem Barbosa do saudoso programa global “TV Pirata”;
- Noiva rotulada de “Amácio Mazzaropi” era a anfitriã preocupada em envenenar todos com suas alquimias líquidas de quentão alucinógeno;
- Os caipiras Cris e Jean com um detalhe mais pitoresco que outro! Jean era o genérico cubano com o e seu carismático amigo, o Chico Bento! Sim! Este foi a atração da festa!
Queriam ir ainda para o Ossipis fazer grau de caipira em plena Cidade Baixa. Ainda bem que a missão foi abortada...
Estavam tão doidos que, SÃO JOÃO, nesta noite portoalegrense, certamente VEDOU OS OLHOS PARA NÃO CONTINUAR VENDO A BULINAÇÃO QUE FOI O ARRAIÁ DAS JECAS!
A banca do beijo rendeu. Eu, Noiva-Mazzaropi e Bebê que nos prontificamos em esperar etílicamente os xirús juninos e amalucados!
Rendeu muitas risadas!
Queria postar fotos e mais fotos...mas duas integrantes preferem ter suas identidades anônimas ...portanto, coloquei estas e outra com meu amado amigo!

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom,texto genial, exprimiu perfeitamente parte do que aconteceu no "Arraiá".Imagino, que por motivos óbvios,foram ocultados os detalhes sórdidos.De minha parte,tive um comportamento irretocável,tentei fazer o que sempre faço:orei pelas almas perdidas pelo álcool e pela luxúria,tentei arrebanhar fiéis para minha igreja e em frente a "Fogueira Sagrada",que até então achei que era sagrada,quemei no fogo do inferno tomado pelo pecado da cobiça,nos braços de Jezebel.Um beijão do teu Bispo Farsan.

Petulantia disse...

Ahãm. Mas, ano que vem saíremos no walter para vender beijos pela cidade. Não abro mão, não!!!
Bj

Anônimo disse...

Cadê a tua fantasia de Mariazinha? Devia estar muito bom por lá. Quem sabe na próxima eu consiga ir, não é mesmo? Até porque quero saber que máfia é essa que tem o rosto rasurado nas fotos...
Beijos!

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

Angela! São justamente as dançarinas do Verde que Te Quero Verde ahahahahah Vais ter que participar... eu, não fui fantasiada pois tinha vindo de um samba e não tinha como me caracterizar... ainda mais sem ânimo... to numa fase de rejeição do espelho...

ASSIM...

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector


FRASES QUE GOSTO:

O que é a palavra por Fabrício Carpinejar:

" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar." Clarice Lispector

"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

"A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo."

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." Clarice Lispector

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