quinta-feira, março 15, 2007

Arlindo, além do meu querer... grande compositor!
















Com sete meses resolvi arriscar.
Fui ao show do Arlindo Cruz, na quadra da escola de samba Praiana.
Decidi no dia; resolvi na hora.
Um pouco insegura, claro, mas peitei.
Estava meio receosa com supostos tumultos.
O fato de não conseguir a área vip das mesas que se concentravam à frente do palco me angustiava. Era tudo na pulseirinha.
O otimismo liquidificado à teimosia me fizeram ir.
No blá blá blá dos amigos organizadores, Cecé e Mauren, finalmente veio o alvará de, pelo menos, a garantia de estar sentada e isenta de empurrões e cotoveladas. Do contrário, estava pronta para ir embora.
Pena que não pude tagarelar com todos os amigos que estavam presentes ao show. A grande maioria estava fora da arena de mesas de convidados.
Então, por algum momento, fui até eles. Conversei um pouco e me assustei com a quantidade do público. Retornei à minha gaiolinha junto com os amigos Xexéu e Janaína! Xéu abriu o show com o seu grupo Jeito do Samba! Mandou bem! Depois veio um outro que ensurdeceu meus ouvidos. E, pelas quatro da madrugada, entra Arlindo Cruz e banda.
Três, dos seus seis músicos, eram dos Partideiros do Cacique. O famoso Nêne Brown no Tantan. Falando nele, ano passado fui ao show deles. Nêne, como os outros integrantes que estavam presentes no show do Arlindo Cruz, são crias do Cacique de Ramos. O Cacique é o centro que gerou todos os grandes sambistas do Brasil como Zeca, Almir Guineto, o próprio Arlindo, Jorge Aragão entre outros.
Voltando, em 2006, houve um show dos Partideiros no Acadêmicos no qual eu fui. Depois de assistido fiquei meio 'de cara' com este grupo. Vi este Nêne Brown tocando um tantãn desmaiado.
E indaguei?
"- Como pode ser o melhor? O cara tava de onda então? Tocou no dvd da Ana Carolina e do Arlindo Cruz e chega aqui e faz isto? Tirou os gaúchos para funeral?"

Deixei e o apaguei nos meus conceitos.
Só que, neste sábado(10/3), lá estava ele aquecendo o tantãn para a entrada do Arlindo Cruz. Aí veio a pergunta:
"- Será? Será que vai tocar de novo um samba desmaiado?"
E não!
Veio o anúncio:
Arlindo pega o famoso banjo verde(homenagem a sua escola de coração, Império Serrano) e verbaliza com o público que estava sedento de samba:

"- vamos sambar?"

E veio, uma música atrás da outra. Uma mais tocante que outra! Arlindo é compositor. Muitas das músicas que se canta de samba, são compostas por ele. As letras são bárbaras... Janaína não se conteve e caiu no choro.
As melodias enlaçadas com o canto e a letra eram realmente tocantes.
Já eu me segurava.
Não queria chorar.
Mas quando tocou a música "Além do meu querer" desabei também... rsrs

E, na medida que o show se desenvolvia, era IMPOSSÍVEL não perceber algo surreal para mim. Nunca verei, em nenhum sambista daqui do sul o que vi neste show.
Vi a performance.
Presenciei o porquê Nêne Brown é "o cara" no tantãn.
Ele, junto com o outro músico que tocava repique de mão(ah meus sais... acho que este o nome do instrumento) fizeram uma linguagem sonora, nunca vista e ouvida, por mim, perante a tantas rodas de samba que já frequentei.
Xexéu e Caco se olhavam absortos com as performances.
Toda vez que iria comentar para eles; tavamo os dois boquiabertos se olhando, não acreditando no que viam, não absorvendo o que ouviam.
Se não me engano o músico do surdo, se chama Miltinho. Este era outro!!!!
O cara incorporou, fez um mantra sambístico naquele instrumento que também me chocou. Não acreditava no que via!
Era uma explosão de samba, de primeira linha, à minha frente com as música mais românticas que já ouvi(Jorge Aragão também é do clã do amor...mas Arlindo...junta algo que não sei explicar... pela menos agora).
Sem entender eu 'saí literalmente da casinha".
O comentário dos meus amigos, no outro dia, era este:
"- Mas tu não parou sentada menina! Só dançava e cantava. E com este barrigão de sete meses! te cuida. Passastes do limite!"

Eu não percebi!
Jurava que havia me cuidado.
Vai ver que foi a magia que eu vi do profissionalismo dos músicos, do reconhecimento da mídia e o do o porquê que são famosos junto a simpatia inigualável de Arlindo Cruz!
Fui aos céus....Pena que meus amigos, que estavam no local, mas não ficaram na área vip, não participaram do que eu vi.
Valeu, Mauren e Cecé!
Foi mágico! Fui para casa no sapatinho...
O João Vicente fez eu ter várias contrações. E, já na cama, as cinco e meia da manhã ele não parava de pular.
Eu só dizia: "- Calma João! O show já acabou!"

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


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