sábado, fevereiro 09, 2008

S ALADA MISTA DAS LEMBRANÇAS LAGUNENSES...



Desvios, buracos, sinalizações sinistras e um clima não muito apropriado para viagens . O temporal era assustador. Saímos rumo a Laguna/SC numa sexta-feira ensolarada de Porto Alegre, para depararmos com estradas em obras, vias paradas devido aos acidentes e, de brinde, uma chuva. Graças a Deus nada nos aconteceu. Confesso, tenho trauma da BR101. Chegamos à tão esperada cidade natal de meu pai já a noitinha. Fazia tempo que não ia na minha cidade de coração. Toda a minha infância e adolescência eu curti lá.

São tantas histórias...

É como se fosse uma salada mista de imagens, momentos que a saudade me fez lembrar. Tem lugares que lembro dos cheiros, do vento enfim, de muitos personagens. Foi assim que senti logo que entrei na cidade. Passei por cada casa e lembrava de quem ali, morava. Um por um; casa por casa(óbvio que não todas). Relembrei meus nove anos, 13, 17... 22 anos ihhhhhhhhh tantos momentos!

Todos especiais!!!!!

A maioria de minhas amigas estão, hoje, casadas. Muitas, residindo em outras cidades e até, em outros países.

Ficaram, portanto, as lembranças.

E quantas lembranças...

Tudo era motivo de olhar, parar com o que se estava fazendo para apenas curtir os cinco sentidos!

Sim!

Lá , meus cinco sentidos foram reativados para lembrar décadas vividas naquela cidade. Como por exemplo, tem sabores que não tem aqui(o modo que temperam as carnes, peixes, arroz e até a farofa); os cheiros(ah...o cheiro da maresia , o vento melado embalado pelo mar) , a ‘queima-roupa’ sonora de ouvir músicas, sons que só existem na memória de minha adolescência.

Eu viajei literalmente.
Dormir na casa da famosa tia Betinha, também, me fez lembrar tantos momentos. Na infância, eu e meus primos chegávamos a brigar em quem tomava banho primeiro depois de subir o morro. Era a famosa volta da praia com buraco no estômago! A areia molhada no ralo do banheiro, as confidências femininas das primas nestes mesmos, eram hilárias.

E na hora de dormir? O quarto escuro, os vários colchões e o buchicho de quem insistia ser amigo da insônia. As primas tinha sempre histórias para contar...

Agora, nesta minha última visita à casa da tia, senti - não me chamem de louca nem de parapsicóloga- o cheiro dos talcos de minha centenária e falecida avó Almerinda Bittencourt! A legítima Anita Garibaldi da família!

Acreditam?

Pois é... que loucura isto! O sentido Olfato foi ativado de minhas lembranças Foi muito gostoso ficar lá tendo, ainda, esta mesma sensação. Só faltaram as primas nos quartos.

Ouvi os sinos da igreja seguido da batucada das escolas de samba .

Caramba!!!

Até isto!!!???!!! Até isto eu fiz: desfilei na Escola de Samba Democrata em 1988. Foi divino! Não nego o sangue sambista nas veias!

Nossa ! Tudo me vem na memória...

Se eu contar tudo que passou em minha cabeça ao rever esta cidade, daria um livro . Sério! Lembranças muito bem guardadas na minha memória e no meu coração! Épocas boas que não voltam mais!
E lá vem mais imagens: O clássico de chegar na esquina do morro para pedir carona! Ahahah Quem já não fez! ?! Coisa de cidade do interior hi hi hi
Já ns noites de confete e serpentina não faltavam as típicas brigas. E brigas de clubes; nos salões... Era um corre-corre! Surgiam os primos e amigos trajados de chinocas e bêbados. Todos recalcados em não serem mulheres

– Aliás, questão masculina e tópico para se discutir mais tarde: - Porque os homens adoram se vestir de mulher?
Reviver isto ficou mais evidente pois senti vontade de contar para a minha amiga. Eu relatava os lugares que passei, os esconderijos, os momentos de cada pedacinho daquelas ruas onde protagonizei amores de praia. Andar por elas, fez-me reviver os tempos de carnavais , os invernos fantasmagóricos...

Aliás, naquele tempo, o carnaval era diferente! Não era este meio "paraguaio -baiano " que toca nos quatro costados. Não que esteja desmerecendo . Mas falo das saudosas marchinhas carnavalescas, dos clubes, onde todos dançavam em círculo, pelo salão, deixando vesgo até o moço e a moça mais bonita da noite!

E o lança - perfume!?! Atire a primeira pedra quem nunca experimentou! Elicóptero? Não? BUMMM! Os “tetos” que davam na galera chegavam a ser cômicos.

Os clubes Blonden e Congresso são um marco de meus carnavais. Lá eu passei os melhores de minha vida. Entrava de sócia do clube com a carteirinha de minha prima Luciana. Somos parecidas até hoje, sabiam? Era fácil enganar. A carteirinha era jogada, na rua ao lado, pela janela.

E eu me divertia.

Também, não vou desmerecer os famosos trios elétricos, que viraram febre, na a praia do Mar Grosso!

Tudo era bom.

Ai meus sais...

Deu vontade de relembrar mais.

Mas fica por aqui mesmo... é muita coisa, realmente daria um livro!

E ainda mostrei, pela primeira vez, esta terra açoriana para o meu filho, João Vicente! Ele amou!!!
Terra boa...

2 comentários:

Anônimo disse...

Amada Fabi. Só tu mesmo! Não que hoje não sejamos felizes, mas eramos as criaturinhas mais felizes do mundo. Qtas gargalhadas e qtas lágrimas em nossa querida Laguna, parece que foi ontem. Pena que a visita foi minuscula, mas valeu por ter conhecido o JV.Tomara que ele e o JE (gostou?) sejam grandes amigos tambem. Te amo muito, com carinho Luciana.

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

Minha linda e querida Lu! Parece que foi ontem mesmo. É que fiquei muito tempo sem ir. E, quando voltei, tive estas sensações de paladares, cheiros, tatos... imagens... Era bom, né? A junção da Pereirada com os Fernandes? Todo mundo era primo! E andar na cidade? Abriu a boca já se descobria que era primo! Tempo bom! Que será, a partir de agora, dos nossos filhos! Nós que ficaremos de olheiras esperando eles voltarem do Tourist ahahahah Tudo tem a sua hora, seu tempo! Hoje brindamos a vida com estes seres angelicais que só Deus sabe nos dar o sentido exato.
Mas que bateu saudade de falar dos velhos tempos lagunenses; ah, isto deu!
te amooooooooooo
Fabi!
A-do-rei o JE AHAHAHAH
- Cadê o JE?
- Saiu com o JV!!!
BOA PRIMA...MUITO BOA :-)

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

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"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

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