sábado, fevereiro 02, 2008

O Ex-amor, segundo Sant'Ana


Pra variar li no Blog do Sant'Ana. O cara é fera. Eu li e me identifiquei por todo o histórico do meu destino! Então, gostaria de compartilhar e guardar estas lindas palavras deste gênio-poeta-rabujento!



"O ex-amor
Não há sensação mais assustadora do que reencontrar-se depois de muitos anos, em qualquer lugar, com alguém que foi o nosso grande e insubstituível amor.
De repente, num restaurante, num bar, numa festa, na rua, topamos com aquela mulher ou aquele homem que julgávamos seria inseparável das nossas vidas - e que pelos caprichos da existência tornou-se apenas numa vaga lembrança, afastada do nosso caminho, tornada desimportante pelo novo rumo que enveredamos.
Mas está ali presente, ao nosso lado, às vezes até conversando conosco, aquela pessoa que era a razão da nossa existência.
Somos então tomados invariavelmente por uma náusea. Algo assim que atinge os que fazem regressão e voltam a vidas passadas. Aquele grande ex-amor afirma que tínhamos outra identidade, embora fôssemos nós mesmos.
Sucedem-se em nossa alma então as mais variadas e contraditórias emoções, desde o arrependimento e o remorso até a vergonha e o desvario.
Imediatamente, assalta-nos a quase certeza de que as outras pessoas que sucederam àquele grande ex-amor em nosso coração e em nossa vida não passaram de invasoras e intrusas, posseiras espoliadoras de algo ou de alguém que não lhes pertencia, tomado à força do legítimo dono.
E um profundo tédio nos domina, uma melancolia de danar a alma, uma dor do ideal perdido, do amor que se finou sem ter-se concluído, um imenso desperdício, um abismo de sonho desfeito, um mal que a gente fez a si próprio sem querer, uma culpa tremenda pela tristeza do que se acabou sendo e o libelo do que se deixou de ser.
A vida tinha que nos poupar do reencontro com o ex-amor. Não há mal que mais nos vergaste que os sonhos frustrados, a lembrança do que tinha de ser e evaporou-se nas sombras, do querido e não conseguido, do palpável e não tocado, do atingível e não resultado.
E ficamos a contabilizar os nossos danos e a imaginar os danos que causamos àquela pessoa que como um fantasma agora vem nos acusar. Que dor!
A dor do destino que não se traçou, da viagem naufragada contra os rochedos, embora a bússola nos advertisse sem sucesso.
O sentimento de autotraição, covardia, um chute na lucidez, a irrecuperável derrota da energia desaproveitada.
Poupe-nos a vida de nos reencontrarmos com os nossos ex-amores. Nós que tanto driblamos a sua recordação, que por autopiedade fingimos que os esquecemos, tentando cultuar novos valores.
Mas que diabo, cedo ou tarde verificamos que aquela ferida ainda sangra e, na melhor das hipóteses, se no futuro não for de novo pelos reencontros remexida, ainda assim se tornará numa inocultável e horrenda cicatriz.
A cicatriz da marca de ferro em brasa no pêlo e couro das cavalgaduras."

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu que sei! Vi e presenciei a primeira vez que se conheceram! Tempo do Pórtico, lá do Grêmio! oooooooooo tempo bom. Fabi, curta! Não adianta programar. Tem muito chão pela frente! Estarei te ligando ainda hoje! abraço...

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

AI MEU DEUS! QUEM É? PORTA-VOZ? QUEM, QUEM... ME ESCREVA POR E-MAIL! MAS SE ASSISTIU SABE QUE É UMA HISTÓRIA DE SUSTÂNCIA, DE ENREDOS... E CONTINUA...

ASSIM...

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector


FRASES QUE GOSTO:

O que é a palavra por Fabrício Carpinejar:

" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar." Clarice Lispector

"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

"A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo."

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." Clarice Lispector

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