Não podia deixar de lembrar o famoso Dia dos Namorados que chega dentro de alguns dias. Para a minha surpresa, abro a Zero Hora de hoje(8/6) e deparo-me com a manchete:
“Terapeutas e psiquiatras sustentam: o amor romântico está em declínio”.
Justamente hoje quando mal consegui dormir por ter recebido, ontem, uma notícia estarrecedora: o fim de um relacionamento de um casal de amigos meus.
Aí vocês vão pensar: “ – Ah, isto acontece!”.
Não. Não com aquele casal.
É por fim mais e mais nas minhas esperanças de que o amor resiste e existe. Os homens de hoje em dia são espectros vulneráveis que não sustentam sequer uma crise de relacionamento. São do tipo: “ - Não tá bom; então vou cair fora”.
Não toleram, não se comprometem a entender uma mulher. Sabe, as vezes, acho que pagamos realmente o preço por ter posto fogo nos sutiãs. A mulher buscou e lutou tanto pela emancipação que hoje peca por isto(* Entendam, caros homens, somos sim sensíveis, complexas e românticas).
Mulheres são assim: intensas nos seus sentimentos. Felinas - sacou?
Nisto, não houve sequer uma mutação genética no DNA feminino. Não adianta guerrear “independência” se somos sim, meninonas que amamos ser bajuladas, cortejadas enfim, respeitadas. No entanto, a palavra “respeito” perdeu a vez e imperou a palavra: individualismo. Realmente(me dói em dizer) o romantismo está com os dias contados.
Os especialistas acreditam que, com o fim do romantismo, a experiência entre casais se torne, enfim, menos avassaladora e possível.
To bege...to nude!
É uma nova ótica de se enxergar o amor no comportamento humano. E aquelas cenas que nos arrepiam, que nos levam as lágrimas em finais de filmes históricos como Uma Linda Mulher, Casa do Lago, Em Algum Lugar do Passado entre outros?
Aonde eles vão parar?
No baú do comportamento esquecido?
Céus! É de cortar os pulsos com bolacha Maria se pensarmos que acabou.
E eu que nem encontrei meu príncipe encantado? Tá. Ok. Não existe, é isto que vão me dizer? Puxa vida! Não viram aí a minha apresentação no blog? “Sou uma incansável romântica”!!!
Não gostaria de perder as esperanças... Só que no momento eu só suspiro. Eu ouço palavras que afagam meu coração. Agora, estas palavras são verdadeiras? Difícil acreditar.
Bom, divaguei um pouco de mim, mas voltando: O amor anda em extinção e o principal motivo é a evolução natural da sociedade! Ou seja: a individualidade, o egoísmo, o ‘cada um por si”(longe do um por todos e todos por um) e o autoconhecimento são os “bambambam” de uma meta de vida que alegam ser a mais correta. Babaus, portanto para a “Cara-metade”, “felizes para sempre” e “almas gêmeas”. O negócio é: “almas bivetelinas” amigos!
Enterrem, de vez, o Complexo Cinderela na qual o parceiro é o responsável pela felicidade da parceira. Ninguém pode ser responsável pela felicidade de ninguém. Pegue, abrace, beije muito; mas não se apegue pois o tombo vai ser grande!
E para estes especialistas em relacionamentos humanos, como Regina Vaz, autora do livro A Cama na Varanda; o romantismo nada mais é do que um conjunto de expectativas e ideais que regem as mentalidades, a maneira de pensar, de viver.
É uma coisa muito mentirosa porque te leva a criar expectativas de ações, fidelidade e felicidade que não correspondem à realidade.
Já o psiquiatra e escritor Flávio Gikovate esclarece que ao invés da fusão de um casal surge a concepção de que somos unidades, e isto condiz em alegria, pois estamos mais perto da verdade.
Abaixo deste contêiner de água fria nos meus romantismos, eles ainda acreditam que esta nova concepção de amar as pessoas aconteça com mais liberdade e sinceridade(disto eu acho ferramenta chave num relacionamento).
Sem juízos, cobranças, desespero e dor. Não significa o fim das flores, dos buquês imantados de paixão e cartas dos mais ardentes poetas.
Isto continua, mas com este plus a mais e mais um detalhe pra terminar este post da semana: Em nada disto vai tirar, neste fim de semana, as famosas filas nos motéis e os restaurantes lotados pela cidade. No fundo no fundo resistimos a mudança. Mas que ela existe isto é fato. Os protagonistas de cenas românticas serão, portanto, nos próximos dias, o auge do símbolo de que o amor resiste, muda, contorna e se molda. Uauuuu!
* Foto de 1994