O Mundo de Sofia voltou... Agora triste. Justamente porque não se desprende de seu cordão humano que, um dia, a salvou de uma grande tristeza na vida. Ela sabe que tudo, neste mundo, deixa-se marcas registradas – algumas, inclusive no cartório de Deus. Sabe, que muitos capítulos deste sinistro destino dedicam momentos bons e outros ruins. E no gira mundo; mundo gira Sofia flagra, que no ínterim de seu coração nada é adormecido eternamente.
Tudo volta, tudo se recicla.
Sem querer, invadiu.
Mundo de círculos, Terra redonda, mandalas de olhares.
Era frio e o manto da noite encontrava-se úmido e encharcado de personagens da floresta.
Sofia tinha pouca sede, mas uma fome de falar o que nunca soube explicar. O local era um castelo onde havia um baile. De repente uma moça, se aproxima de Sofia e sussurra entre seus cabelos, uma brisa das seguintes palavras:
“Teu príncipe, vem aí...”.
Tranqüila, esperou.
Ele chegou, e Sofia continuava bem.
A surpresa foi durante o decorrer das horas.
Tudo começou num inofensivo sopro de palavras sobre o mundo e seus perigos. Sofia confessou, diante dos convidados, sua insegurança com o universo do homem perante aos monstros da modernidade. Enquanto desabafava, inesperadamente, Pitéu surge.
Interessado no assunto tenta esclarecer.
Ouviu atenciosamente o argumento de Sofia e, como um bom menino, com seus doces olhos assustados, passou a falar. Falava, falava e, Sofia, surpresa, apenas ouvia.
Sofia ruborizou-se, novamente, depois de tanto tempo, sem ninguém perceber, com a presença de Pitéu.
Veio tudo à tona.
Retornou.
Calou.
Consumiu.
Desconectou... Viu-se embalada, sem bússola e sem razão. Sofia se perdeu em seu coração, como um redemoinho de sentimentos confusos devido a sua extrema carência.
-Só pode!!!, supôs ela em pensamento.
O ar gélido, daquela noite de inverno, juntou com um desconforto visual. A conversa fez com que Sofia perdesse o rumo e o sentido do momento presente.
Seus pensamentos passaram, então, não só a ouvir seu timbre e suas explicações; como também a correr cada detalhe de seus traços e cores.
Sofia vasculhou, como num ciclone ocular, todos os seus poros, traços, tons... Era ele de perto, novamente... Era tudo de novo, inexplicavelmente...
O imprevisível coração machucou os planos de Sofia.
Num cenário de luzes e ecos sonoros eles fizeram as suas partes artísticas. Pitéu, misterioso (ou porque não), firme em sua altivez na arena de suas escolhas, curtia seu fluxo de pensamentos, apenas sendo embalado pela melodia de seus acordes.
Enquanto Sofia, num mantra musical, desencarnou do planeta para fugir da triste realidade. Porque ele? Logo ele?
O Mundo de Sofia continuou quando ela resolveu rumar para a sua casa... Sozinha, guiava sua carruagem, entre florestas de gnomos e fadas.
Então, solitária, Sofia fala.
Fala, indaga...Reza...
Os seres daquele caminho não entenderam o porquê daquela pequena moça, atravessava a floresta falando sozinha.
Era o seu monólogo, o seu desabafo para si mesma. Tudo numa forma incansável de buscar a razão para tanto sofrimento.
Era o seu mundo ou era uma embriaguez de sua insanidade?
As indagações serviram como uma espécie de dança de frases para desopilar tudo.
Logo, logo se resolveria com uma boa noite de sonhos.
Enganos...
Sofia despertou...
A neblina do dia seguinte a fez lembrar que Pitéu, ainda, vive em seu coração...
E Sofia suspira...
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