terça-feira, junho 08, 2010

Uma nova linguagem para o romantismo


Não podia deixar de lembrar o famoso Dia dos Namorados que chega dentro de alguns dias. Para a minha surpresa, abro a Zero Hora de hoje(8/6) e deparo-me com a manchete:
“Terapeutas e psiquiatras sustentam: o amor romântico está em declínio”.
Justamente hoje quando mal consegui dormir por ter recebido, ontem, uma notícia estarrecedora: o fim de um relacionamento de um casal de amigos meus.
Aí vocês vão pensar: “ – Ah, isto acontece!”.
Não. Não com aquele casal.
É por fim mais e mais nas minhas esperanças de que o amor resiste e existe. Os homens de hoje em dia são espectros vulneráveis que não sustentam sequer uma crise de relacionamento. São do tipo: “ - Não tá bom; então vou cair fora”.
Não toleram, não se comprometem a entender uma mulher. Sabe, as vezes, acho que pagamos realmente o preço por ter posto fogo nos sutiãs. A mulher buscou e lutou tanto pela emancipação que hoje peca por isto(* Entendam, caros homens, somos sim sensíveis, complexas e românticas).
Mulheres são assim: intensas nos seus sentimentos. Felinas - sacou?
Nisto, não houve sequer uma mutação genética no DNA feminino. Não adianta guerrear “independência” se somos sim, meninonas que amamos ser bajuladas, cortejadas enfim, respeitadas. No entanto, a palavra “respeito” perdeu a vez e imperou a palavra: individualismo. Realmente(me dói em dizer) o romantismo está com os dias contados.
Os especialistas acreditam que, com o fim do romantismo, a experiência entre casais se torne, enfim, menos avassaladora e possível.
To bege...to nude!
É uma nova ótica de se enxergar o amor no comportamento humano. E aquelas cenas que nos arrepiam, que nos levam as lágrimas em finais de filmes históricos como Uma Linda Mulher, Casa do Lago, Em Algum Lugar do Passado entre outros?
Aonde eles vão parar?
No baú do comportamento esquecido?
Céus! É de cortar os pulsos com bolacha Maria se pensarmos que acabou.
E eu que nem encontrei meu príncipe encantado? Tá. Ok. Não existe, é isto que vão me dizer? Puxa vida! Não viram aí a minha apresentação no blog? “Sou uma incansável romântica”!!!
Não gostaria de perder as esperanças... Só que no momento eu só suspiro. Eu ouço palavras que afagam meu coração. Agora, estas palavras são verdadeiras? Difícil acreditar.

Bom, divaguei um pouco de mim, mas voltando: O amor anda em extinção e o principal motivo é a evolução natural da sociedade!
Ou seja: a individualidade, o egoísmo, o ‘cada um por si”(longe do um por todos e todos por um) e o autoconhecimento são os “bambambam” de uma meta de vida que alegam ser a mais correta. Babaus, portanto para a “Cara-metade”, “felizes para sempre” e “almas gêmeas”. O negócio é: “almas bivetelinas” amigos!
Enterrem, de vez, o Complexo Cinderela na qual o parceiro é o responsável pela felicidade da parceira. Ninguém pode ser responsável pela felicidade de ninguém. Pegue, abrace, beije muito; mas não se apegue pois o tombo vai ser grande!
E para estes especialistas em relacionamentos humanos, como Regina Vaz, autora do livro A Cama na Varanda; o romantismo nada mais é do que um conjunto de expectativas e ideais que regem as mentalidades, a maneira de pensar, de viver.
É uma coisa muito mentirosa porque te leva a criar expectativas de ações, fidelidade e felicidade que não correspondem à realidade.
Já o psiquiatra e escritor Flávio Gikovate esclarece que ao invés da fusão de um casal surge a concepção de que somos unidades, e isto condiz em alegria, pois estamos mais perto da verdade.
Abaixo deste contêiner de água fria nos meus romantismos, eles ainda acreditam que esta nova concepção de amar as pessoas aconteça com mais liberdade e sinceridade(disto eu acho ferramenta chave num relacionamento).
Sem juízos, cobranças, desespero e dor. Não significa o fim das flores, dos buquês imantados de paixão e cartas dos mais ardentes poetas.
Isto continua, mas com este plus a mais e mais um detalhe pra terminar este post da semana: Em nada disto vai tirar, neste fim de semana, as famosas filas nos motéis e os restaurantes lotados pela cidade. No fundo no fundo resistimos a mudança. Mas que ela existe isto é fato. Os protagonistas de cenas românticas serão, portanto, nos próximos dias, o auge do símbolo de que o amor resiste, muda, contorna e se molda. Uauuuu!
* Foto de 1994

6 comentários:

Eduardo Montanari disse...

Eu odeio o dia dos namorados com todas as forças de meu coração e gostaria de poder sumir nesse dia.

Marcos Mariano disse...

excelente post,realmente nos dias de hoje parece que a palavra romantimos,amor tem si tornado meio piegas masi eu como vc amiga acredito que o amor ainda rexiste e existe.

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

***Eduardo querido, queria tanto abrandar estes teus sentimentos mais pessimistas. Eu procurarei, no dia dos namorados rsrs me divertir. Mas de formas tão belas quanto ter um grande amor, entende? Te adoro! E adoro sempre as tuas visitas no meu blog.


*** Marcos! Satisfação em recebê-lo aqui amigo! Quanto tempooo! É, eu tb sou uma incansável romântica, minha apresentação no blog já diz tudo rsrs Realmente o amor existe e resiste! Ufa!

Petit Artiste disse...

Fabi. Eu acho interessante este modo de ver. E se formos pensar bem, a literatura já dá conta da extinção do amor romantico há seculos. Me lembrou muito as ironias e falacias do amor romantico apontadas em O Primo Basilio, por exemplo, onde a personagem feminina é descrita como uma cabeça oca, ou flutuante, ou no mundo da lua, cheia de literatura romantica na cabeça. Eu já tinha lido algo a respeito por exemplo apontando as enormes ilusoes dos filmes comedias romanticas tao americanos que adoramos assistir. Concordo contigo que as gentilezas, as flores, o cuidar, bem, isto tem que continuar a existir, senao estamos ferrados, mas talvez seja mesmo mais maduro encararmos o outro sem idealizaçoes fantasticas, porque caramba meu, a gente é imperfeito pra caramba. Eu costumo dizer que encontrei meu par quando desisti de procurar o principe encantado e ao inves disto procurei em mim o que nao seria suportavel, o tipo de pessoa e atitudes que eu nao toleraria. Funcionou mais do que idealizar o cara perfeito. E sim, acho que estou pouco romantica ultimamente. Otimo post. Como eu coloquei em meu blog, o importante é celebrar o amor, seja entre casais, seja com nossas crianças.

Sonia Pires disse...

Gostei do post!! Eu ainda acredito no amor, pode ser bobagem, mas existe sim! Bjs

Brasil Desnudo disse...

Sera!
Que o Amor está em extinção?
Ou ianda não conseguimos decifrar o que é o Amor verdadeiro...

A NATREZA está ao nosso redor, e vislumbra para todos, de forma exuberante, e dela, podemos conflitar com o Amor que existe nela e dentro de nós mesmo.

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

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"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

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