sexta-feira, abril 28, 2006

Tempo bom...




Pensava hoje, quase que no silêncio, ouvindo os sibilos de minha eterna e companheira bronquite, a quantidade de tarefas- metas que estavam em atraso para cumprir e,também, as que virão nos próximos dias.
Deu vontade de gritar: "QUE SE DAAAANE ESTE MUNDOOOO!!!"
Calma! Não estou em crise de TPM. Apenas, sindicalizo o porquê deste cotidiano cheio de molduras, de cifras, datas, prazos, juros docs, recibos... enfim, contas.
Então, varrendo os corredores de minha memória, lembrei o quão era bom ser criança. A simplicidade e a despreocupação desta fase, fez relembrar sensações gostosas do mundo infantil.
Foi aí que veio a saudade...
Saudade da minha infância...Da serenidade com o dia seguinte e com os meses sucessores. Lembro da minha inocência, dos meus sonhos baseados nos "irmãos Green", na desbravura da Mulher Maravilha e da Poderosa Isis.
Qualquer empecilho era fácil de ser desmembrado, assegurado e garantido com um final feliz. Santa fase!
Ah... que perfeição aquela! Meus heróis, além os da tv, eram os ‘gigantes’ da família enfim, do meu dia-a-dia. Recordo das barbas e das saias de entes queridos. Era curiosa. Observava, abduzidamente elevando a cabeça, para conferir e enxergar aqueles rostos com marcas da experiência. Na hora do choro, da perda e do susto, nada como o abraço acalentador de minha mãe, do afago protetor de meu pai , das boas e gostosas risadas de " ho ho ho natalino" de meus avós. Os professores, também, participavam de minhas ‘encrencas’ tão comoventes. Com tanta proteção, o medo e a tristeza logo desaparecia.
E quando anoitecia? Não tinha cenário padrão para adormecer. O sono se apresentava em lugares literalmente impróprios: dentro do carro, sentada no sofá, na mesa de um restaurante enfim, num consultório médico.
Com bochechas rosadas e de olhos lacrados, informava na expressão, que estava profundamente "fora da área de cobertura".
Era levada, no colo, direto para a cheirosa cama. Tudo, com direito a ombros cobertos e beijos de "Deus te abençoe", no rosto.
Até eu entrava no clima defensor perante às minhas bonecas: Preocupava-me, sempre, em cobri-las para que não passassem frio nas madrugadas.
Tudo era suave, sabe?
Minha preocupação era singela, pura...desprovida do’ mundo de pedras’... era tão bom...
Tudo era festa.
E a memória vem vindo! O vestido que ganhava, girava várias vezes e caia, lentamente, ao chão fazendo que ele ficasse armado e se transformasse num girassol redondinho de tecido. Que vaidade!
Tenho saudade da minha notável habilidade na qual, desafiava escalar os galhos de árvores com tamancos- vejam bem!- francesquinha!!!
Adorava buscar os amigos escondidos em telhados e matos na brincadeira do ‘esconde-esconde’. Ahhh era cômica a caça deles: 1,2,3,4,5,6,7,8,9 iiiiiiii DEEEZZZ! O silêncio era envolvente! No entanto, quando eu pegava alguém no esconderijo era a maior correria e, claro, gritaria do flagra!
Aliás, os berros nunca faltaram no kit verbal da galera!!
E os medos? Fantasmas!!!
Tinha medo da Cuca, dos Sleestaks, da cigana que carregava criança no saco e, principalmente da "Mão Branca". Bom, esta história da "Mão Branca" é um mistério que carrego até hoje. Era um filme preto e branco, com extraterrestres...nave sugando carro e a mão se aproximando da perna da mulher! Uiiii! Só de lembrar me arrepio! Qualquer dia vou falar sobre este meu medo!
Com tantas fantasias assombradas, me encorajava encarnando vários super heróis.
Luta era comigo! Acredito, eu, que provavelmente herdei isto de meu avô materno. Ele chegou a ter um ringue no Rio de Janeiro!!!
Pra espantar, subia na cama, numa espécie de "sessão espírita oriental" e encarnava dois "salvadores" japoneses:
Spectromen e Ultramen!!!
Acabava com todos os monstros imaginários(meu irmão que o diga! Foi duramente vítima de meus golpes marciais).
São tantas as saudades ...
E lá vem a lembrança, de novo!!!
Banhos de mangueira na frente de casa, caça ao ninho do coelho da Páscoa, rodopios e mais rodopios da eterna ISIS, óculos ‘rizoleta’ da Mulher Maravilha, elepê dos " Os Três Patinhos Fazendo A Maior Festa E Muito Mais" ; aquaplay(ah... tempos perdidos em pescar todos dos peixes...) e Gênius. Meu Deus! QUE TEMPO BOM!!!
São tantas saudades....
Parei para pensar...
Resgate da abdução!
Voltei a si...
Continuarei a pagar minhas contas...

8 comentários:

Anônimo disse...

Cada vez que visito os blogs de vcs saio cada vez mais arrasado, não é possível uma criatura ser tão ignorante assim... Fifuuuuu

Anônimo disse...

Satélite. Eu saí da órbita também quando vi a imagem da Poderosa Ísis. Sabe que eu tinha sérias dúvidas a respeito da existência de Ísis? Nunca mais tinha visto nada a respeito. Ela era minha heroína favorita (junto com a Mulher Maravilha, que pilotava avião invisível, tuuuuudo). Mas Ísis era arquóloga. Eu não tinha a menor idéia do que vinha a ser uma arqueóloga, mas achava aquilo muito moderno. Uma profissão. Uma profissão que mulher poderia ter!!!É não era nada simples. Enfim, quando li teu blog parecia que tava encarnando a Poderosa: "areia da grossa, areia da fina, areia me faça, ficar pequenina". Voltei a infância literalmente. Que poder tem esse blog

Petulantia disse...

Uhuhuhuhu!
Chocando a platéia então?
Dá-lhe satélite....

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

Meus amados... Nega Marta fez eu chorar de tanto rir com "areia da grossa, areia da fina, areia me faça, ficar pequenina"!!! rsrs Realmente eu a amava! Tudo era especial!
Amigo Fifuuuu! Te adoro, também!
Bebê! lindona! Valeu pela visita ontem!
Gente! Infância...é infância! Faria uma lista maior ainda para relatar desta saudosa fase... foi só um fragmento...beijo a todos!

Anônimo disse...

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Júlio [Ebrael] disse...

Fabi,

Me lembro de ter feito um post mais ou menos com esse tema!! Eu tbm sinto saudades demais daquela época: Liga da Justiça, Jaspion, guerra de cabos de vassouras, futebol em campo de terra até as 7 da noite, descalço, indo pra casa todo imundo, mas feliz!! kkkkkkkkk

http://www.ebraelshaddai.net/2009/10/sou-crianca-nao-quero-ficar-velho-por.html

Bjs minha linda!

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector


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O que é a palavra por Fabrício Carpinejar:

" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar." Clarice Lispector

"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

"A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo."

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