sexta-feira, julho 16, 2010

O amor e o tempo...

Estes tempos, com minhas amigas, estávamos debatendo sobre amores. Amores que ficaram, amores que marcaram, amores que traumatizaram e amores que poderão nascer. Fiquei estática quando vi a minha amiga baixando a cabeça, apoiando o cotovelo na mesa e colocando a mão no rosto com ar de lamentação. Foi então que falou: “ Não acredito, o amor me pegou gurias...”
Aquilo entrou como um foguete na minha mente: ‘O amor me pegou gurias !!!’. Eu senti, na expressão dela, algo como se estivesse feliz por estar amando; mas também como se tivesse triste pois o amor estava já imantado na sua alma e poderia fazê-la sofrer. Detalhe: ela já é uma mulher escaldada de amores passados. Provavelmente aquela cena, aquela frase ficou adormecida no meu subconsciente que, na calada desta noite, lembrei das palavras dela; e surgiram um paradoxo do que eu vivi com a minha realidade de hoje. Lembrei de como é bom amar, mas também como é perigoso. O risco de sofrer é algo aterrorizador em meus medos. Perdermos as forças por amar, ficamos vulneráveis, esperamos tudo: carinho, ligações, declarações, promessas e momentos juntos. E nem sempre isto acontece. E foi neste silêncio noturno que revi um filme. Fatos, lendas e situações tão fortes que não há tempo que apague. Meu futuro é indeciso e o meu presente é confortável. Só tem um detalhe que me consome: E eu vivo de amor! Meu Deus... Amor, que palavra mais louca!
Um sábio compositor divagou num samba: ‘se perguntarem o que é o amor para mim; não sei responder; não sei explicar ... até hoje ninguém definiu o que é o amor”!
E eu tenho isto muito louco dentro de mim. Eu também não sei. Porém eu vivo de amor. Eu sou uma mistura de todas os autores que li sobre esta poderosa palavra. E aonde eu peco? Na confusão... Sou uma confusão.

Eu tenho uma filosofia do Paulinho da Viola muito latente no meu jeito de viver. Segundo o lorde do samba - que é um amante dos relógios - o amor tá conectado com estes ponteiros que navegam no tempo e num mar sem fim – ou rio quem sabe; “Foi um rio que passou em minha vida e o meu coração se deixou levar”. O relógio tem uma conotação bárbara com o Tempo. Sim! O tempo e suas metáforas! Nas músicas do mestre o tempo, o relógio, o rio e a saudade andam juntos. Tem adeus, tem rio e tem mar... Mar é inspiração. E bem no estilo Paulinho da Viola esta eu na calada da noite. Eu a divagar, eu a navegar... Era o meu passado, presente e futuro em transe dentro de mim, uma espécie de livro secreto de minha alma. Fiquei a olhar para o nada. E o nada(do nada!) abriu-se um zoom incrível de passagens de minha vida. Bateu a saudade de fatos engraçados, bons e gostosos. Depois veio meus projetos meus sonhos e meus medos de errar novamente. E foi isto que vi naquele gesto da minha amiga. Céus! A Vida é um bem tão precioso que preciso aproveitá-la ao máximo; pensei. Não há mais tempo a perder. É um alívio poder enxergar horizontes sem sofrer pois acredito que amor é para nos fazer feliz, e não o contrário.
Mesmo que eu sinta saudades onde precisar eu solicito o vento para me desafogar, mesmo que se houver maremotos de lembranças e imagens que invadem minha concentração; eu tenho a paz do meu lar, o sorriso de felicidade do meu filho e mesmo que a mágoa ou a angústia de não poder resolver o mundo com minhas próprias mãos, mesmo assim, eu prefiro o meu hoje do que a tormenta do meu passado. "Viver não é esperar a tempestade passar...é aprender como dançar na chuva."
E definitivamente, eu danço nesta chuva!

5 comentários:

Rafaela Perdomo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rafaela Perdomo disse...

Fabii.
Quando eu tava lendo,senti a mesma coisa que essa tua amiga.
Eu tambem,me pego pensando no passado,pensando em amores que ja se forao,e relembrando cada momento de alegria que passei junto a eles.
Eu tava escutando uma musica enquanto eu lia,musica da Leona Lewis (Bleeding love).Eu enchi meus olhos de lagrimas com saudade de um tempo que nao volta mais.
E a musica me fazia pensar mais ainda,pois a musica fala: '' eu fechada para o amor,voce foi embora e me deixou sangrando..''
É o amor nem sempre é bom,
Mas o que eu to vivendo agora esta sendo muito bom pra mim, cada vez que eu leio o teu blog,eu viajo em meus pensamento.

sateliteabduzido.blogspot.com disse...

Ué? quem será que retirou o comentário?
Rafa meu amor! é bom amar, né? e o teu momento(que eu sei, né?)está tão bom que vale a pena VIVER!

Sonia Pires disse...

Fabinha adorei o que tu escreveste! Apesar de ser ótimo estar apaixonada, sempre há o risco de sofrer se não tivermos a mesma reciprocidade. Mas, a vida é assim...cheia de riscos e se não tivermos coragem não conseguimos realizar nada.
Beijosss amiga.

Petit Artiste disse...

FAbi. Vou te deixar a frase que coloquei em meu orkut nesta semana. A vida não está amarrada com um laço mas mesmo assim é um presente.

Ah, curiosidade fora de pauta: eu conheço um Marcelo de Carvalho Fernandes no Rio. Por acaso é seu parente?

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
Esta, é a maior responsabilidade de nossa vida e prova evidente de que duas almas não se encontram por caso” (A. de Saint-Exupéry)


"Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Friedrich Nieztsche

"E se me achar esquisita, respeite também, até eu fui obrigada a me respeitar." Clarice Lispector

"O amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são." Friedrich Nieztsche

"A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo."

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