Eu imagino que estejam pensando 'tá. ela não pára de postar o Sant'Ana". Não. É que este tema foi tratado com tanto humor apurado que resolvi colocar aqui. A pauta foi tricotada com tamanha polêmica que o caro colunista da Zero Hora não sossegou e abordar. Vou deixar, pela última vez(espero!), o seu último comentário sobre o casamento. Não sou sequelada. Acho, como tudo na vida, que 'cadum é cadum". O que fica em jogo é a perseverança, amor e respeito sobre o seu dito-projeto de 'alma-gêmea'. Uma sociedade, um amor...fica a critério, na benção de Deus e na cumplicidade de cada casal. Basta ser maduro e forte. Nada é um mar de rosas nesta vida...
Tá aí, gente, Paulo Sant'Ana, de novo, falando sobre o casamento:
29/01/2007
Casamento feliz
Chovem manifestações de reparos à minha tese antimatrimonialista. Eu já esperava, acontece que há centenas de milhares de pessoas que são felizes nos seus casamentos e não poderiam mesmo concordar comigo. Entre os que se realizaram com o casamento que mantêm atualmente está um notável cirurgião especializado em extirpar males e imperfeições do pescoço e seus arredores, entre eles a parótida e as cordas vocais, dr. Nédio Steffen. Ele manda me dizer que discorda amavelmente da minha tese, que é perfeitamente possível ser feliz no casamento, mantendo proximidade bem estreita com o outro cônjuge. E diz que seguiu e segue neste particular os ensinamentos do seu saudoso amigo Dr. Rudolf Lang, um marco da otorrinolaringologia no Rio Grande do Sul. Segundo o dr. Lang, para casar-se, ou melhor, para escolher o companheiro ou companheira que se almeja para toda a vida, deve-se observar os seguintes mandamentos: 1) Ter admiração pela pessoa a ser escolhida. Repito: admiração. 2) A pessoa a ser escolhida tem de manifestar claramente vocação para o companheirismo. 3) A pessoa a ser escolhida terá de ser dotada de bom humor permanente. 4) Tem de ter desejo sexual pela pessoa a ser escolhida. Pele!
***Num ponto, concordo irrestritamente com os cirurgiões Lang e Steffen: o bom humor na pessoa com quem se casa é fundamental. Dá pra dizer que, se um dos dois cônjuges não tiver bom humor, o casamento estará fatalmente arruinado. O companheirismo também é importante: se a mulher não gosta de teatro e o marido adora teatro, a mulher tem de dar um jeito de ir ao teatro, e o casal compensará outro dia se o marido for com a mulher até o Iguatemi ou ao Praia de Belas, ela adora passear no shopping, enquanto ele detesta. Ou seja, há que ser paciente (e afável) em aderir ao gosto do cônjuge.
***Quanto ao último item, o de ter desejo pelo marido ou pela mulher, advertia muito bem o dr. Lang ao dr. Steffen: "Um dia o tesão acaba, Steffen!" E quando o desejo acaba, restarão o companheirismo, a admiração e o bom humor. Nem pensar ausência de tesão e mau humor juntos. Isso não é casamento, é Iraque puro.
***Então concordo plenamente com as regras dos cirurgiões. Mas humilde e cordialmente quero colocar o seguinte: se toda pessoa que está pretendendo se casar for tomar cuidados para que sua noiva ou noivo seja excelente companheira (o), tenha bom humor, admire-o (a), tendo que ser ainda apetitosa (o) sexualmente, acaba não casando. Porque é muito difícil encontrar estas quatro virtudes numa pessoa só (que terá no máximo dois atributos). Além disso essa tábua da lei dos dois cirurgiões desconhece uma coisa: mais da metade dos casamentos se realiza pela primeira impressão que tiveram os cônjuges quando se viram pela primeira ou segunda vez, ainda solteiros. E se a paixão é quase sempre súbita, como ficar depois vetando quem não tem bom humor ou que não demonstra companheirismo? Apaixonam-se e casam-se logo, mais tarde é que vão notar seus defeitos. Mas uma pergunta eu tinha que fazer finalmente aos dois médicos: como manter bom humor se já acabou o tesão?
psantana.colunistas@zerohora.com.br
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