quinta-feira, março 12, 2009

A lembrança do meu pequeno





“Descubra tesouros. Mas não os retire do fundo do mar. O lugar deles é lá.” Fernando Pessoa
Eu li esta frase há poucos dias.
Algo chamou a atenção pois ocorreu um fato, esta semana, que fez-me lembrar desta frase de Fernando Pessoa.
Falo de meu filho João Vicente.
Ele é o meu tesourinho.
E o meu amado surpreendeu a sua mamãe na saída da creche. Pra entenderem melhor explicarei: Há duas semanas ele que passou para sua “nova turminha”. Na verdade, a turma é a mesma, apenas com o acréscimo de um ou dois colegas. O que mudou foi a sala e as professoras.


Desde que ingressou na escolinha, esta é a terceira sala que ele freqüenta. Mas a ida para este ambiente novo ficou de porta vizinha para a sua primeira salinha ‘de aula’.
Ficou ao lado da sala em que ficou aos seis meses de vida.
Era o berçário dele.
Até aí tudo bem.
E, um final de tarde desta semana fui buscá-lo e o achei arisco em ficar no meu colo. Não dei muito importância e fui carregando. Confesso que parecia uma alpinista(um lide diário, diga-se de passagem...) carregando tantos adereços no corpo: mochila, bolsa térmica, bola, algum trabalhinho dele na mão e o João Vicente no colo. Haja coluna... Bom, voltando ao assunto...
Eu já estava praticamente saindo da creche, quando seu contorcionismo em meus braços acelerou. Estava praticamente impossível carregá-lo.
- O que ele queria? pensei.
Intrigada deixei ele mesmo me conduzir aonde queria chegar.
Na hora pensei que fosse o Solarinho – uma espécie de parquinho, com escorregador, balanço, gangorras, bicicletas, bolas e bolas... -.
E não.
Meu filho me levou até à sua primeira salinha.
Entrou e ficou ali, olhando cada móvel, cada almofada, cada brinquedo...um a um. Tudo, do seu jeitinho.
Se aproximando, tocando...
Lá dentro, estava uma das suas primeiras professoras e foi notório o que eu e ela percebemos:
Ele havia lembrado que ali, era o seu cantinho ‘escolar”.
Foi tão lindo olhar e ver aquela admiração dele em rever um cantinho que, um dia, foi dele.
Memória... memória...
guardada lá no fundinho do seu lindo coraçãozinho.
Deixei este conjuntinho de fotos que mostram um pouco dos seus seis, sete, oito meses de vida. No fundo, no fundo tudo que o cercou, de certa forma, leve ou não, o marcou. Isto vale pra nós também.
Só não esperava tão cedo nele...
Desde o cheirinho da almofadinha dele na sala, das batidas do pandeiro comigo, do nosso antigo apartamento e ali, ele na foto, na sua primeira salinha da creche.
Tem um ditado que diz:
“ Lembrança pela mente, vem e desperta. Não é tema esgotado”.
É bem por aí mesmo. Fiquei impressionada com sua memória beirando aos 2 anos de idade!

A memória é essencial para o processo de aprendizagem. É a memória que distingue nós dos demais seres humanos. Ninguém nunca vai ser igual. Cada um com seu currículo de memória enfim, de vivência.
Segundo a medicina, o hipocampo, localizado no lobo temporal é o QG da memória!
E porque não lembramos dos nossos dois anos, quatro anos de idade?
Dizem que elas – as nossas memórias - ainda existem em nossos cérebros, provavelmente, em algum compartimento do qual ‘perdemos a chave.”
Mas ta lá!
Com certeza!!!
E o meu pitoco descobriu isto revendo sua salinha antiga.
Foi lindo...
Que mãe babona esta...
Tenho cada coisa para falar dele aqui que deveria abrir o Blog da mamãe satélite...
Nossa... as descobertas dele, para mim, são os meus maiores e mais deliciosos sorrisos da minha Vida!
Com o tempo eu contarei mais para vocês!

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"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

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" Intrigar, provocar, emocionar e não deixar que a palavra seja somente palavra. A palavra é muito ambiciosa, acredita que é mais importante do que aquilo que nomeia. A palavra serve ao poder quando é no despoder que abrimos a guarda. Exerce hipnose de dicionário e enreda poetas na metalinguagem. A palavra é a vaidade de dizer, mas só existe porque o silêncio ainda não é paz. Sou desconfiado com a palavra. Um poema se faz pela falta de palavras. Quanto mais próximos chegamos do toque, do afago, mais estaremos dizendo. "

“Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas há os que não deixam nada.
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